domingo, 11 de abril de 2010

Caos ou paz

Agora o mundo poderia desabar e eu não faria nada para contê-lo, nada!
Então como se fosse uma premonição descubro que ele já está desabando, e eu ainda estou aqui, no meio de todos esses edifícios empoeirados, e dessas mentes cheias demais para eu poder me adaptar. Esse não é o meu mundo, essa não é a minha paz.
Tudo que eu mais queria era receber amor, um amor verdadeiro que venha da alma. De preferência nada muito romântico, só o bastante para me fazer sorrir. E não aquele sorriso forçado, que não demonstra felicidade, mas um sorriso verdadeiro como o amor que eu queria receber. Queria.
Agora por onde eu ando vejo árvores caidas, sonhos despedaçados e pessoas sem futuro algum. Nem um dos rostos que eu vejo querem o mesmo que eu, não sei nem se eu mesma quero isso.
Sinto saudades de alguns tempos atrás, o céu sempre parecia tão limpo, tão azul...
Agora eu vejo fumaça, ela está em todos os lugares. Não sei se são meus olhos embaçados, ou é a realidade, eu preferia que fossem meus olhos. Mas eu não posso preferir nada, o meu mundo é assim, ele manda em mim, eu vou onde ele quiser que eu vá. Sem sorrisos e sem esperança.
Eu queria poder mudar a mim mesma, mas é difícil, porque o mundo ainda está desabando. Vejo restos de lixo, e sangue misturado com poeira. Talvez seja a minha imaginação, talvez seja o meu maior medo.
Tão imprevisível ela é.
Quem?
A morte.
Mas eu ainda não senti ela, não senti a sua dor. Eu ainda estou aqui, lutando por um pouco de ar, lutando pelo meu momento de paz. Queria poder ver uma flor desabrochando, pois a única coisa verde que eu vejo é a farda dos soldados que vem de todos os lugares do mundo. É inapropriado reclamar, muitas pessoas sofreram mais... Muito mais...
Às vezes eu consigo pegar comida, às vezes...
Não tenho força o bastante para isso, sou uma mulher fraca, mas ainda tenho esperança, e é só isso que me mantêm viva...
A esperança.

 
Eu fiz este texto quando o terremoto do Haiti tinha acabado de acontecer, eu estava bem abalada na época, mas acho que o texto ficou legal.
Visitem meu outro blog, o The Lilly Paradise, lá eu soumais colorida, e um pouquinho mais fútil!
Beijos, Ale.

6 comentários:

  1. Muito obrigada por seguir o NCNF! *-*

    E seu layout ficou lindo!

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  2. O texto ficou otimo, me deu dor de ver essa foto.
    Adorei, cada dia melhor.
    Um beijo

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  3. Ale, achei intenso e muito envolvente o seu texto. Precisa revisar a ortografia, tirando isso, achei ele de uma perfeição imensa.

    Você conseguiu transmitir toda a angústia, todas as emoções mesmo. Parabéns.

    [Eu não concordo com toda a retratação, todos os pontos que explorou, mas achei, como disse, muito bem escrito]

    Grande beijo

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  4. Só aqueles que possuem pureza, e um coração nobre, conseguem se compadecer das dores do mundo. Um mundo tão desigual, tão diferente, com pessoas diferentes, com um céu diferente para cada um que olha para cima. Ale, todos nós estamos aqui por uma razão, e tenho pra mim que todos aqueles que tem o dom da escrita são abençoados por poderem gritar ao mundo seus sentimentos, suas dores, seus amores... Teu texto está algo de maravilhoso! Obrigada por seguir a Taverna, espero que goste dos próximos textos... Um grande abraço, Nina!

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  5. Texto forte, pra baixo, mas exatamente como foi a realidade de lá, infelizmente não da pra ser colorido o tempo todo, porque da mesma forma que a vida te faz sorrir ela também te faz chorar.
    Mas sempre há esperança pra recomeçar, sem promessa de que sera fácil, rápido ou pra sempre, mas há esperança e isso é um motivo pra erguer a cabeça e seguir em frente.

    Lindo demais o texto, aliás, eu gosto de todos os seus.

    Beijos

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  6. "Dai-nos Senhor, mais jovens com alguma coisa na cabeça que não sejam brincos e óculos da moda"

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Nunca sabemos de tudo.

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