Tudo estava muito cheio, corpos colados, suados, inspirações, expirações, alguns caindo, outros levantando, humens e mulheres sendo chutados, semblantes de medo, raiva, pavor, semblantes sérios, sem reação e sem amor.
E como se nada daquilo estivesse acontecendo, ele parou de tentar correr, e com uma cara meio atônita me olhou, e muito sério disse:
-Todas essas pessoas, cada uma delas tem um sonho.
Com a mente e expressão confusa, as mãos ainda tremendo por toda aquela bagunça, me desconcentrei, mesmo sabendo que aquele concerteza não era o momento certo, mas era a verdade, e uma verdade muito dura, muitas daquelas pessoas muitas não iriam sobreviver até amanhã, então seus sonhos iriam embora junto com elas, não sei como ele pensou isso em um momento de tanto sofrimento.
-Sai, sai, sai garota.
-Desculpe eu só... - não, eu não iria dizer estava pensando, pelo menos não naquele momento.
Olhei para os lados, e não o vi, eu tinha que acha-lo, em menos de dez segundos eu havia perdido o que eu tanto almejava, ele.
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