segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Um vendaval

- Não, eu já não quero mais isso, não quero ter que olhar para você como se fosse normal, não quero! - ele falou com total autoridade.
Ela baixou os olhos, era isso que temia desde o começo, a insegurança era enorme e o medo maior ainda. Deu um resmungo baixo, como se adiantasse alguma coisa...
As vozes que ela ouvia, o temor que ela sentia, tudo, absolutamente tudo pairava no ar nesses momentos. Ele lhe deu as costas, e ela não fez nada, poderia ter erguido a mão e segurado seu pulso, como um clichê de vários filmes românticos, poderia ter gritado, implorado ou se ajoelhado aos seus pés, mas não fez nada disso. Deixou ele se afastar, como se tivesse dito um tchau simpático e ido dar uma volta.
Ficou parada com carros andando ao seu redor, o vento trazendo folhas de árvores e poluição, um sinal abrindo ali, e uma mulher deixando cair um óculos aqui.
Não fechou os olhos, não respirou, queria cair ao chão e morrer, mas seria demasiada sorte se isso acontecesse, deixou seu pensamento flutuar e o sinal fechar. Levantou uma perna como se estivesse na lua e continuou sua caminhada, como se fosse forte o bastante para agüentar um vendaval mas fraca o bastante para uma brisa leva-la.

3 comentários:

  1. Ih, pior é que quase todo mundo já passou por isso de enfrentar um vendaval e se dobrar diante de uma brisa. Eu mesma sou experiente nesse assunto!
    Adoro seus contos!!
    Beijo!

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  2. É, todo mundo passa por isso uma hora :/
    vendavais da vida

    lindo o post
    :*

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  3. É. E a gente aprende, mesmo com experiências assim! ¬¬
    Muito bom o texto!!! Bjs!

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Nunca sabemos de tudo.

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