domingo, 6 de fevereiro de 2011

Não prendam as borboletas


O momento certo nunca chega, chego a pensar que possa ser uma utopia, um sonho maligno que alguém colocou para dentro de mim.
Tenho medo da mortalidade, mas me pergunto se a imortalidade não seria pior. Acho que sim, por que a verdade é que o "para sempre" é algo totalmente dependente de dois seres que fazem essas palavras valerem a pena. Se um resolver largar tudo então não vale mais nada continuar.
Mas a imortalidade não existe, sinto pena dos alquimistas por isso, muitos morreram lutando, tentando encontrar  algo que fizesse a vida ser eterna. Não aproveitaram o pouco que tinham, o próprio infinito dentro deles mesmos.
Digo pouco por que se pararmos para pensar vivemos mesmo muito pouco contra o tempo que a Terra tem. Vamos desaparecer, mas tudo vai continuar, o sol vai nascer e tristemente vai se pôr, como em todas as outras tardes da história humana.
E nós morremos.
Morremos com a doce chuva de verão, ou com um lindo eclipse no céu, nós morremos. Morremos mesmo que algo dependa de nós, mesmo que ainda queiramos mais do que a vida pode oferecer, nós morremos.
Mas sejamos otimistas, as borboletas vivem menos. E são seres lindos e intensos, elas aproveitam a vida que tem, mesmo curta.
Não perdem tempo tentando entender o próprio tempo, elas simplesmente vivem, da maneira que tem que ser.
Então não prendam as borboletas, elas precisam aproveitar, não se prendam, também precisamos.

5 comentários:

  1. Oi, Alessandra!!
    Poeticamente lindo o teu texto! Gosto de borboletas! Penso que mais que a simples mortalidade, a vida delas nos ensina a ideia da transformação!
    Beijinhos, moça!

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  2. Lindo, lindo.
    "Mas a imortalidade não existe, sinto pena dos alquimistas por isso, muitos morreram lutando, tentando encontrar algo que fizesse a vida ser eterna. Não aproveitaram o pouco que tinham, o próprio infinito dentro deles mesmos."
    Concordo plenamente, muito lindo.

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  3. Gente, deixa eu perguntar: por que o blog leva esse nome? Adorei! É tão out! Sua criativa de uma figa... hahaha brinks.

    "Não perdem tempo tentando entender o próprio tempo, elas simplesmente vivem, da maneira que tem que ser." - lindo! Eu sempre quis ser borboleta e, por mais que nos compare a elas enquanto crescemos, estamos longe dessa beleza.

    :*

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  4. Tá lindo o layout, volto pra comentar sobre a postagem. Seguindo-a definitivamente, depois de três visitas e depois de ver postagens antigas (é, eu faço isso quando quero seguir alguém).

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  5. Poético, delicado, concordo com o texto, na verdade me fez pensar. Viver eternamente sempre foi o sonho da humanidade e com isso muitos não enxergam a quantidade de seres que vivem menos e ainda sim mais felizes que nós. Devíamos ser igual eles, despreocupados, aproveitando, livres, menos tempo, porém felizes.

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Nunca sabemos de tudo.

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