- Vem comigo? - ela falou com a mão estendida, a sensibilidade saindo por todos os poros do seu corpo.
Ele olhou. Olhou. Olhou.
- Por quê? - Ele finalmente falou.
- Por que eu preciso de você. Preciso que você segure minha mão, quero sentir seu cheiro, olhar sua face, sorrir quando você sorrir. Quero você.
- Isso não é o bastante, não pra mim. Não sustenta as voltas que o mundo pode dar, as perdas que eu posso sentir - os olhos dele mostravam medo.
- Mas eu perder você não pode ser uma dor maior para mim, do que a que você irá sentir? - ela olhou-o suplicante.
- Você acha? - ele encarou o fundo dos seus olhos - Por que se você estiver com total e plena certeza sobre isso eu seguro a sua mão e não largo nunca mais.
O silêncio tomou o lugar, os olhos dela se encheram de lágrimas, seu braço caiu ao lado do corpo. O corpo que guardava a dor de não querer fazer ele sofrer.
- Fique. Não terá a mim, mas terá a ela, me fará sofrer, por que te amo, mas ela, mesmo indiferente a você o terá. Fique, mesmo que a dor assome minha alma, mesmo que eu nunca mais te veja, olhe em seus olhos ou veja seu sorriso. Então eu vou... Mas vou bem devagarinho, por que quase tudo que vai embora bruscamente, não volta para o que foi feito. E você tem meu amor e eu fui feita para você, então eu vou, com passos lentos para eu poder sentir os últimos resquícios de seu perfume, eu vou, com a alma fragmentada pela perda. Mas vou de cabeça erguida, por que quero que você lembre de mim como me conheceu, com todos os sentidos ligados e fingindo que tenho um coração.
Nada mais clichê que esse tipo de texto que eu escrevo, mas fiquem sabendo que não existe nada melhor que escrever uma história sem nomes e com muito sentimento.