terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Cair do salto

Sabe o que eu odeio? Pessoas que sobem no último nível do salto, quando não conseguem andar nem com uma mísera sapatilha.
Vou fazer uma simulação literal para todos vocês, vou tentar mostrar como deveria ser a história de Josefina, mas não é.
Josefina é uma menina muito vaidosa e acabou de comprar um calçado novo de salto alto. Chegando em casa ela senta no sofá e grita “MÃÃÃE, traz meu calçado novo”, a mãe de Josefina que é uma mulher que adora fazer as vontades da filha traz o calçado para ela, ele tem um salto altíssimo, que deixaria modelos como Carol Trentini no chinelo. Josefina coloca o calçado, e com muita rapidez se levanta, ela tenta dar o primeiro passo, mas cai, tenta se levantar sem sucesso algum. Então ela aprende que ela deve subir os cm do salto aos poucos e não ir direto pro salto quinze. Josefina aprendeu. Josefina foi inteligente e trocou o calçado, para não ficar tropeçando cada vez que erguesse uma perna.
Bom, essa mini-história que eu acabei de contar não tem nada a ver com a realidade. Não acreditem nela, por que na história verdadeira não existe nenhuma Josefina, provavelmente ela tem um nome que está na moda, e existe mais um trilhão de pessoas com o mesmo, então para não machucar/ofender minhas leitoras vou continuar com Josefina.
Josefina é uma menina muito vaidosa, ela tem um cabelo chapado, e adora quando dizem que ela é linda, ela se arreganha toda por dentro, mas exteriormente ela fica se fazendo dizendo que “aquele elogio não é pra ela”. Ela não comprou somente um calçado novo, ela já comprou milhares de calçados novos, e um a mais não faz diferença alguma. Ela ainda está na loja experimentando o calçado, está em dúvida entre aquele rosa lindo e maravilhoso e aquele preto mais maravilhoso ainda. Então ela liga pra mãe dela com uma voz de menina sem sorte e diz: “MÃÃÃE, eu não sei qual escolher”, a mãe dela que adora fazer as vontades dela diz: “Pode pegar os dois minhas filha”. Ela coloca os calçados pela primeira vez e caminha como uma princesa, sem tropeçar, quase flutuando. Ela é uma garota feliz... Mimada e feliz.
Vamos fazer uma “visualização” das duas histórias, na primeira a Josefina é uma menina mais acordada, ela sabe o que é real ou não, ela errou, e tropeçando aprendeu o que é certo ou errado. Figurativamente essa história seria de uma garota que com seus próprios erros e seus próprios pés descobriu algumas verdades sobre a vida, mesmo a mãe dela mimando-a.
Já na segunda história Josefina precisa que alguém a chacoalhe para o mundo real. Figurativamente essa garota não sabe se errou ou não, se ela ofendeu alguém ela não notou, nem percebeu, deixou passar. Ela ainda está cega, surda e muda para o que se passa ao seu redor. O mundo dá voltas, mas e daí? O carro também.
E a segunda garota é o tipo que eu odeio, tem tanta coisa melhor pra se preocupar enquanto o mundo fútil ocupa a cabeça delas. O que são sapatos, cabelo e unhas quando não temos nossa própria alma? Eu digo a vocês: NADA absolutamente NADA.
Eu acho que toda a garota tem que se preocupar consigo mesma é claro, mas isso até um certo nível. Porque se sua conversa sobrevive na base disso cuide-se, você tem sérios problemas.
E sabe o que garotas fúteis precisam? Um balde de água fria. Sim, congelando, que melhore até a alma e façam a realidade aparecer como um jato na memória. Até eu preciso em alguns momentos, por que quem nunca se odiou por algo que fez, por favor, atire a primeira pedra. Desde a vez que bateu o pé no canto do guarda-roupa até o momento em que terminou algo que deveria ter continuação. Sim, todas nós temos algo de Josefina.

Imagem: Google

3 comentários:

  1. oO ~ alguém me acorde. Acho que agora o Blogger fez as pazes com meu PC...^^'

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  2. Muito bom o texto ....adorei a comparação com a Modelo Carol Trentini....é a realidade.

    "E sabe o que garotas fúteis precisam? Um balde de água fria. Sim, congelando, que melhore até a alma e façam a realidade aparecer como um jato na memória."²

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  3. concordo com voce, algumas garotas fazem o possivel para esconderem de si mesmas o real, o verdadeiro. mas um dia elas aprenderão que as coisas estao muito alem da duvida de qual sapato escolher.

    gostei muito. beijos ;*

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Nunca sabemos de tudo.

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