sexta-feira, 16 de abril de 2010

A loira , a loirinha e uma mulher preocupada

- Acho que dessa vez vai dar certo - uma mulher de cabelo loiro acinzentado, e um corpo de mãe falou bravamente.
A moça com a câmera fotográfica na mão olhou pra ela e sorriu, mesmo pensando que odiava o próprio trabalho e como as coisas aconteciam sempre da mesma forma.
A mulher de cabelo loiro acinzentado, não tinha só corpo de mãe, ela era mãe. Ao seu lado, uma mini-pessoinha vinha de mãos dadas com ela. Ela era uma criancinha loira, com lábios rosados,  e uma maneira fofa de olhar que deixava as pessoas ao seu redor derretidas.
As três entraram em uma sala com iluminação e decoração, a mãe pegou a filha como se fosse um troféu e a colocou em cima de uma cadeira, com os olhos brilhando de orgulho.
É sempre assim, pensou a fotografa, sempre, será que elas nunca cansam?
A menina loira pulou da cadeira e saiu andando, sentou ao lado da mãe  ficou olhando o que a mulher com a câmera na mão estava fazendo. Uma cena engraçada, diga-se de passagem. 
Tentaram uma segunda vez, mas a menina desta vez queria caçar borboletas, estava dando voltas e brincando com a paciência das duas.
E lá foi a terceira e a quarta tentativa, sem sucesso nenhum. A mãe já estava pedindo desculpas e suplicava para a filha para que parasse quieta. A fotografa sorria e tentava ajudar, como toda a boa "empreendedora" faria. 
Já havia passado quase uma hora quando mãe e filha foram embora, a mais velha meio abalada e com os cabelos destruídos, o rosto quente de vergonha, ou talvez fosse o calor, ela ainda pedia desculpas ao passar pela porta de saída, a fotografa sempre sorridente e prestativa ainda sorria, e fingia que ouvia, mesmo os berros da doce menina estarem tão altos que o quarteirão inteiro poderia ouvir.
A fotografa sorriu, pensando que pelo menos aquela criança não havia destruído nada, a decoração, por exemplo, então ela teria que arrumar, teria com o que se preocupar. E ela odiava preocupações.


Vida cotidiana é o que há! E tudo bem, o nome do texto foi uódoborogodó, mas eu achei fofinho, principalmente o começo.

Alessandra

2 comentários:

  1. A fotógrafa já estava acostumada KKKKKKKK
    mesmice é o que há.

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  2. Eu gostei... Tanto título, quanto texto... Quanto ambos se completando...Adorei.

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Nunca sabemos de tudo.

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