quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sombras da noite

- Não, eu não quero que você faça isso! - ela falou séria, sem nenhum tipo de brincadeirinhas bobas.
- Mas porque?
- Pelo menos dessa vez me escuta, você não pode ficar com ele, está entendendo? - qual era a dela hoje? Eu não queria brigas, mas ela já estava me incomodando com essa história.
- Qual é Déb, só por que você é encalhada não quer dizer que eu tenha que encalhar também.
- MANUELA! - ela gritou, e isso me assustou, ela sempre me chamava de Manu, e agora vem ela com essa história de MANUELA! - eu estou falando sério, isso não é brincadeira, e não tem absolutamente nada a ver com os meus relacionamentos que nunca dão certo entendeu?
- Olha Déb, não quero que você fique chateada comigo não, mas é impossível eu não ficar com ele, ele é tão lindo, tão pefeito, tão tudo - nossa, ele era muito melhor do que isso, mas era melhor não chatear a Déb ainda mais.
- Por isso mesmo Manu, não fique com ele, eu vi, eu vi o que aconteceu, e... - ela estava chorando? A minha amiga Déb estava chorando? O que estava acontecendo afinal? A Débora nunca chorava, é como dizer que uma pedra se mecheu. A voz dela tremeu, mas ela continuou a falar - e, foi horrível, ele, ele fez aquilo com ela.. - seu choro era mais forte agora, e era verdadeiro, o que eu iria fazer em relação a isso? Então só a abracei, um abraço forte poderia reanimar qualquer coração, mesmo eu não entendendo bolhofas do que ela falava.
Ela se acalmou, mas estava com os olhos meio inchados, e eu morta de curiosidade não ia conseguir segurar minhas perguntas mais nenhum minuto.
- Mas Déb... - eu tentei ir com calma, mas era díficil - o que foi tão horrível?
Ela olhou em meus olhos séria, inspirou tanto ar que era como se fosse os meus pulmões, e não os dela. E depois expirou devagar e lentamente, abrindo a boca para falar:
- Eu quero que você saia comigo hoje à noite, você só vai acreditar vendo.
E então assim foi, era sabádo de noite, e eu fui dormir na casa dela, era quase meia-noite quando abrimos devagar a janela do quarto dela. Eu estava com um pouco de fome, porque a Déb é vegetariana, e eu sou carnívora ao extremo, meu estômago dava umas reviradas de vez enquando, mas nada que eu não pudesse suportar.
Pulamos a janela tentando ao máximo não fazer barulho, e quando vi já estávamos no escuro pelas ruas sujas da cidade, eu não sabia para onde ela estava me levando, mas não era nada bom, ali só a luz da lua que iluminava nosso caminho, e eu já sentia um friozinho chato nos ombros, mas nada que pudesse realmente me chatear... Até agora.
De repente a Déb se abaixou atrás de um prédio, prédio que eu por acaso não consegui identificar a cor, ela estava quase de joelhos naquela rua fedorenta, então me olhou e baixou os olhos mostrando que eu tinha que fazer o mesmo, eu hesitei, e ela com uma cara de braba puxou meu braço, eu soltei um gritinho parecido com o som de um cachorro estrangulado, ela com rapidez botou a mão na minha boca me fazendo parar de gritar, finalmente eu percebi que aquilo tudo era muito pior do que eu esperava.
Se passaram uns bons 15 minutos até ouvirmos alguns barulhos de passos vindo em nossa direção. Eu fiquei assustada atrás de Déb, mas ela me impediu de gritar falando:
- Silêncio Manuela, é agora, olha ligeiro, se não você vai perder tudo, e nada vai adiantar tudo isso.
Eu fui devagar olhar pelo canto daquele prédio vazio e escuro. Então eu vi. Aquele era o meu garoto perfeito, e o que era aquilo na sua mão? UMA FACA! Não, uma faca não, podia ser tudo, mas uma faca, mas eu pude suspirar de alívio, a faca estava limpa, mas o que ele estava fazendo numa noite de sabádo quase uma da manhã, em uma rua escura e sozin... O que era aquilo? Um carro parando? Sim, um carro escuro, com cara "sou da máfia", e gritos, sim, gritos de mulher. Apertei os olhos pra ver quem era, era a Roberta, a garota ruivinha, que eu não conhecia direito, mas sempre foi muito simpática comigo.
- Déb, o que é isso, o que está acontecendo? - minha voz era um sussurro quase travado.
- É o que eu te disse Manu, ele faz coisas horríveis com essas garotas.
Eu fiquei um tempo olhando para o nada só pensando, peguei meu celular, tinha que ligar para a policía.
- O que você vai fazer Manu?
- Eu vou ligar para a... - não deu tempo de eu terminar a frase, o golpe foi rápido de mais, botei a mão na cabeça, e senti uma gosma nojenta. Sangue. A última coisa que vi antes da escuridão, foi Déb caindo em meus pés, dando um gemido silencioso. Então como ela já sabia, a vaca ia pro brejo.
Acordei assustada com as mãos e os pés atados, olhei para o lado direito e lá estava a Débora, ainda inconsciente. E estremeci ao olhar para o lado esquerdo, a Roberta, antes viva, estava toda suja de sangue, e seu pulmão não se enchia mais de ar, ela não respirava. Estava morta.
Ali eu percebi que eu não teria outro destino em minha vida. Fechei os olhos esperando a morte chegar.
Imagem: Google

5 comentários:

  1. hahaha. Adorei o blog :D
    muito criatiivo. E voce escreve muito bem. Parabéns !

    Dê uma passadinha no meu blog tbm : http://leticiamaruci.blogspot.com/
    obg :*

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  2. Dá pra notar todo o seu empenho no blog, por que ele é muito bom Alessandra, gostei demais ! E etsou te seguindo, ok ? Te desejo todo o sucesso do mundooooooooo :*

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  3. Obrigada Maruci.
    E obrigada Isabella, e eu desejo pra você o mesmo e mais um pouco.
    Beijos gente :*

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  4. Uau! Ótimo texto, adorei o blog!! Estou seguindo!
    Boa sorte para nozes no blorkutando!!

    :D

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  5. É, boa sorte pra nozes. Obrigada por seguir.
    beijos :*

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Nunca sabemos de tudo.

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