sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Conto de natal das Ilhas Cayman

Dezembro é um mês quente nas Ilhas Cayman, lá faz sol o dia inteiro e os poucos papais noéis tentam se refrescar tomando suas águas cada vez mais quentes.
Os turistas que vão pra lá nessa época de festas, são os que não tem família ou estão com toda a família, e quase não existe meio termo. 
Existe uma explicação racional para os poucos papais noéis, além do calor, eles são em número pequeno por que os turistas querem na verdade fugir de todo o paganismo natalino, os nativos respeitam. Ou tentam...
Nas Ilhas Cayman existe um acordo tácito entre turistas e nativos, "não pergunte de onde nem por que venho, e eu molho a sua mão". Existem pequenos bares espalhados pela capital; George Town.
Em George Town as raças se misturam, sem nenhum tipo de distinção. A arquitetura é fantástica em alguns pontos e todos os seu habitantes chamam a atenção pelo carisma tradicional. Tudo isso reunido foi o que chamou Khira para suas férias de natal até as Ilhas Cayman.
De descendência árabe mas de origem estaduniense, Khira tinha um olhar castanho misterioso, intenso e profundo. Seus cabelos eram curtos, num estilo bem moderno. Estava sozinha em um dos muitos bares de Geoge Town.
O sol começava a se por, mas o calor ainda era latente, os turistas passavam na rua voltando para seus hotéis ou pousadas. Khira observadora, viu o sol descer até sumir. Como se estivesse esperando apenas por isso para pagar a conta e ir embora.
O bar estava lotado, e Khira queria ficar sozinha, tinha uma mesa só pra si, mas precisa de mais privacidade, para pensar. Seu noivo trabalhava num shopping como papai noel em todos os natais, ele largou Khira por uma mulher chamada Lisa, ela era a elfa do papai noel. A mamãe noel ficou chupando dedo...
Estava prestes a levantar quando um homem sentou-se em sua mesa. Khira ainda estava sentada, então, por que ele sentara ali?
Ela não queria ficar para saber, ele não tinha cara de muitos amigos. Khira pegou sua bolsa, deu uma última olhada para os olhos do homem, e se levantou.
- Não precisa ficar brava, vi que você já estava preparada para sair.
Khira ameaçou falar algo, mas calou-se, falar o que afinal?
- Desculpe se te incomodei moça, o dia hoje foi cansativo, e não estava com vontade de esperar uma mesa - ele sorriu caloroso - eu saio daqui se você quiser.
Khira sentiu o orgulho ferido sendo reconstruído, precisava descontar em alguém sua dor, se fosse homem, melhor ainda.
- Sim, é isso que eu quero. - Ela sorriu com maldade, e sentou-se novamente.
- Eu sei que você não quer ficar aqui - ele aproximou seu rosto do dela.
- Quero isso tanto quanto você - ela aproximou-se também.
- Ok - ele disse - vamos dar uma volta - ele ficou de pé tão rápido que ela não teve tempo para pensar ou responder qualquer coisa.
Khira estava confusa, quem era aquele homem para decidir o que ela deveria fazer? Não aguentava mais essa ladainha infantil.
- Com licença - respondeu Khira levantando-se. Ela deus as costas para ele, pagou sua conta e saiu, sem olhar para trás, ou se arrepender.
Fora do bar vinha uma leve brisa do nordeste, fazendo com que Khira se arrepiasse e abraçasse a si mesma, sua saia branca até os pés balançava, as rasteirinhas vermelhas se confundiam com a calçada escura. As lojinhas na rua da praia tentavam vender de tudo e mais um pouco. Mulheres e homens, de todos os tipos, vendendo suas quinquilharias, ao bel prazer de quem quisesse.
Até que uma mão a tocou no braço, ela se assustou e tentou se soltar, mas parou ao perceber quem era: o homem do bar.
- SOCORRO! TEM UM HOMEM ME AGARRANDO, SOCORRO! - Khira gritou com toda a força que podia.
Os vendedores das lojas olharam e sorriram maliciosos, os turistas simplesmente ignoraram.
- Calma, calma - o homem falou - eu só quero conversar.
Ela olhou para ele, dos pés a cabeça, notou em sua mão uma roupa vermelha e uma barba falsa branca, segurou um riso irônico e voltou-se para ele ainda abalada pelo riso dos vendedores.
- Tudo bem, a gente conversa, mas antes uma pergunta: Por acaso você é um papai noel?
Ele olhou para ela surpreso, e depois para suas mãos. Quem era aquela mulher afinal?
- Sim, nas horas vagas sou papai noel submarino, e meu nome é Lionel, prazer.
- Prazer, sou Khira. - ela deu sua mão para ele - Lionel, pode, por favor, me explicar por que todos riram quando pedi socorro?
- Por que todos os que riram me conheciam.
- Então você agarra muito as mulheres na rua? - ela perguntou tentando soar engraçada.
- Só ao ponto de elas gritarem.
Os dois riram, e continuaram conversando, por uma hora, um dia, um ano, quem é que sabe?


Malásia

Um mergulhador vestido de Papai Noel alimenta uma tartaruga-marinha no Natal de 2009 no parque submarino Aquaria em Kuala Lumpur, Malásia.
Créditos: AP Photo/Lai Seng Sin
FEEELIZ NAAATAAL MEEUS QUERIDOS!

Um comentário:

  1. Feliz Natal Alessandra, você sabe que hoje 24/12 é aniversário do blog né?!
    Faz dois anos que você colocou seu post de apresentaçao e começou a escrever... quero que o meu blog tambem dure bastante...alias lembra do conto um amor de natal do ano passado é meu peferido.hahahha..sempre vou ler aki tá
    bjoss

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