terça-feira, 11 de maio de 2010

David encontra Samantha

David entrou nervoso no elegante restaurante, estava usando uma jaqueta de couro preta que não combinava muito com o lugar, e levava lírios na mão, que não combinavam em nada com a jaqueta.
Ela ainda não havia chegado, e já era o segundo encontro do casal, David repassou mentalmente as últimas duas semanas, o pedido de socorro que havia recebido, por algo que ainda não havia acontecido, a carta de... Samantha, ela entrou estonteante pela porta do restaurante, brilhando como nas outras vezes que ele a vira, uma mulher ruiva, carismática e sorridente.
O único problema era a carta, a carta também era de Samantha, uma Samantha do futuro, que queria salvar a vida dos dois, que queria salvar o filho dos dois.
David não sabia no que acreditar, leu a carta milhões de vezes, se preguntou se não seria uma pegadinha de seus amigos, mas não, tinha certeza que não era.
E aquela mulher que agora sentava em sua frente, ainda era um mistério, um enigma que ele teria que resolver.
- Oi, frio lá fora não é? - ela era direta, e David gostava de pessoas diretas, principalmente se houvesse sinceridade.
- Sim, muito frio - ele assentiu, pois Nova York nos dias de inverno fazia todas as pessoas sumirem e ficarem deitadas em baixo das cobertas até os últimos segundo que podiam.
Ela olhou para ele, baixou o olhar para sua jaqueta de couro, e fez uma cara de adoração, realmente à carta da Samantha do "futuro" não havia errado, ela adorou.
- Trouxe uma coisa pra você, - ele deu os lírios para ela - achei que poderia gostar.
- São as flores que eu mais amo - ela pegou os lírios da mão de David e aspirou o cheiro - e têm o melhor perfume. Como você adivinhou?
- Am, sorte - ou você mesma pode ter me falado, pensou David.
O resto do jantar correu maravilhosamente bem, havia uma química entre eles, algo que era impossível de explicar.
Ele levou-a até sua casa depois da janta, e apresentou Samantha para a mãe, Cida, foi um carinho mútuo. David chegou a se perguntar se não estavam indo rápido demais, mas pelo jeito que Samantha quis ir até sua casa, David não tinha como continuar destrinchando perguntas para si mesmo.

* * *

Duas semanas depois

O celular de David tocou, era Samantha. David saiu da sala de aula, estava cursando Justiça Criminal, ele não esperava uma ligação naquela hora, provavelmente ela estaria ocupada em sua residência no hospital, Samantha havia saído fazia dois dias do Mercado Marolo, ela trabalhava lá pra pagar sua faculdade, mas agora não precisava mais.
- Olá Sam... - David atendeu - aconteceu alguma coisa?
- David, escute, venha pro hospital agora - ela falou apreenssiva.
- Sam, o que aconteceu? Me escuta Sam, o que houve?
- David, é sua mãe, vem pra cá, ligeiro.
David saiu aos murros, nervoso, o que havia acontecido com sua mãe? ela estava bem até ontem. Entrou correndo no hospital tentando achar alguém que pudesse lhe dizer onde Cida Weinbeger estava. Mandaram ele para o quarto 139, Samantha estava ao lado dela, segurando sua mãe.
- Mãe, mãe? Você está bem? - ele perguntou temeroso.
- David, ela teve um derrame, está muito mal, é um sorte que tenha sobrevivido - falou Samantha tentando ajudar.
- David - a voz fraca e falhada de sua mãe calou os dois - eu te amo filho - deu um sorriso timido, como se estivesse pedindo desculpas e se foi.
Agora David além de não ter pai, não tinha mais mãe.

A Carta que Samantha mandou para David.

Um comentário:

Nunca sabemos de tudo.

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