Você ainda não me conhece, não sabe quem eu sou e muito menos do que eu gosto ou não gosto. Eu não acredito na sorte que eu tive ao te encontrar, eu te amo muito, mas do que jamais amei qualquer coisa, já fomos casados por algum tempo, mas o destino, ou as consequências da vida fez a gente se separar, eu não queria ser dura, e muito menos ir diretamente ao ponto, mas em uma noite fatídica de 16 de Julho de 2006 você morreu, e eu nunca sofri tanto, nunca me senti tão mal, estou doente, e sei que aos poucos também vou morrer, queria poder te salvar, foi então que conheci o Dr. Barrymore, ele descobriu uma maravilhosa maneira de mandar cartas para pessoas no passado, mas não vou me prolongar escrevendo como, só posso mandar uma página, e ainda existe a chance de não chegar até você, as probabilidades são muitas.
Você, com sua enorme curiosidade vai querer saber como morreu não é?
E eu vou te responder, para que você entenda a situação que me encontro. Eu estava grávida de sete meses, e comecei a sentir fortes contrações, um tanto inesperado, pois faltavam dois meses para o bebê nascer, a chuva caia forte e era quase três da madrugada, eu acordei você e de carro fomos para o hospital, a dor aumentava a cada instante, e você tentava me ajudar, eu sangrava, e você, dirigindo cada vez mais rápido segurava a minha mão.
Um carro ultrapassava um caminhão, e você David, com seu reflexo de policial virou rapidamente para a direita, caímos em uma valeta enorme, um esgoto horrível, choro só de lembrar. Não conseguíamos sair dali, seu celular não funcionava, e eu, eu sentia mais dor a cada instante.
Não havia ninguém que pudesse nos ajudar, nem ao menos os motoristas que provocaram tudo isso, eles fugiram. A água subia a cada instante naquela valeta imunda, se não saíssemos dali iríamos morrer, sua perna havia ficado presa, e eu não tinha força alguma para me mexer, ainda vejo os borrões de sangue quando fecho os olhos, você conseguiu me tirar de lá David, só que deixou no carro sua perna, e não posso negar, sua vida também.
Você morreu em meus braços ao lado da estrada, eu tentei pedir ajuda, mas era tarde demais para você e o nosso bebê. As duas coisas que eu mais amava no mundo não existem mais, mas talvez você possa mudar coisas, mude o nosso destino David, o seu e o meu.
Pode ser que você ainda não acredite em mim, e não te culpo você é um tanto perspicaz, mesmo para os 21 anos que você tem no momento. Preciso que você acredite
Sua mãe vai morrer daqui um mês, sinto muito por ela David, mas você já sabe disso, eu irei te dizer, pois antes dela morrer eu irei conhecê-lo. Você está louco para fazer Justiça criminal, mas seus pais não querem, faça o que você gosta Davis, estude justiça criminal. Como eu sei disso? Você se formou cinco anos depois que nos conhecemos.
Eu trabalhava como caixa no Mercado Marolo, perto da sua casa, converse comigo, mas não chegue falando dessa carta, eu me assusto fácil, no segundo encontro leve lírios, eu vou adorar, use aquela jaqueta de couro preta, e me leve a um restaurante decente.
Mude o nosso futuro David, mude, por favor. Dia 16 de julho de
Com muito amor, Samantha,
08 de maio de 2010.
pela primeira vez li um texto grande em um blog e adorei! parabéns :) poderia ter uma continuação! O David consegue ou não mudar o destino?
ResponderExcluirAlessandra, eu amei, de verdade, nossa cara, muito lindo *-*
ResponderExcluirAlessandra. Eu amei. Cada gota que você desenhou, os sentimentos, os cenários, tudo extremamente intenso, envolvente.
ResponderExcluirObrigada pelo prazer da leitura, apesar da tristeza eu gostei muito.
Grande Beijo
Dia 16 de julho de 2006, sem dúvida, ele estará lá.
ResponderExcluiraaaah que lindo/trágico. continuação por favor? *-*
ResponderExcluirNossa, que texto lindo!
ResponderExcluirAmei, arrasou.
Tbm acharia legal se tivesse continuação!
Bjoss
Muito bom, Alê!! Fantástico como você conseguiu nos fazer desejar continuar lendo... lendo.... Adorei!! Lembrou-me "A Casa do Lago", um filme que acho lindo demais!!
ResponderExcluirBeijinhos!
Nossa, eu odeio textos imensos, tipo bíblicos, sabe?
ResponderExcluirMas o seu, eu juro, li até o final.
Olha a Ale! Adoro :*
Quando terminei de ler estava toda arrepiada. Sério!
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