Seus passos estavam firmes, mas seu coração sangrava. Seus olhos estavam penetrantes, mas sua alma estava vazia.
Nela não havia espaço pra mais nada, como se fosse uma pedra, ela o havia deixado, ela.
A música ainda soava viva em seus ouvidos, não agüentou mais aquilo, e chorou.
Sabia que aquele não era seu lugar, e sabia que ali ela não deveria ficar, mas mesmo assim parou brutamente e sentou-se em um muro de pedra na frente de uma casa com um jardim mal-cuidado. As luzes eram fracas e amareladas, e seus pensamentos vagavam a quilômetros dali.
Todo o controle dela se fora naqueles últimos segundos, tudo tinha vindo à tona como avalanche. Sua respiração estava mais forte, e parecia que ela havia levado mil socos, o salto fazia seus pés doerem, e nada poderia fazê-la melhorar agora.
Ela fechou os olhos, e um vento leve a envolveu. Ela própria havia se posto em uma posição horrível diante das outras pessoas, havia sido completamente infantil, terminar daquele jeito com ele, daquela maneira fria e sem sentimentos. Saiu de seu transe e olhou para os lados, a rua agora não estava mais totalmente vazia, uma figura conhecida se aproximava; ele.
Ela se encolheu ainda mais naquele muro de pedra, baixou a cabeça com vergonha, não se sentia mais confiante como antes, havia desabado.
Ele chegou até ela, e sentou ao seu lado em silêncio, nenhum dos dois falou nada por um longo tempo. Ela ergueu devagar a cabeça e olhou para ele, como medo do que poderia vir a seguir.
- Eu preciso muito da sua ajuda - falou ele, sem nenhum ressentimento.
- Da minha ajuda? - ela falou assustada, e ao mesmo tempo braba - você deveria ter nojo de mim, raiva por fazer você passar vergonha, você deveria... - sua voz falhou.
- Escute, eu sei o que eu deveria, mas se todos nós fizéssemos tudo que é tido como certo eu não estaria agora não é? - ele sorriu - Luci, eu te amo, e eu sei que você sente o mesmo, não importa o que você diga, ou que mentira você conte, eu sei o que tem dentro de você, e acredite, ao contrário de todos eu acho que você tem um coração.
Ele não falou mais nada, e ela também não.
Os dois se abraçaram, e ficaram ali, na frente de um jardim mal-cuidado, sobre luzes fracas e amareladas.
Imagem:VanessaClass'
É, já fiz uma coisa idiota dessas. E chorei. E me senti assim. :( O final não foi tão feliz, mas a gente supera AUHDSUASHD
ResponderExcluirLindo o conto
:*
Quem não faz coisas que se arrependem? Ou fazem errado e mesmo assim não se arrependem?
ResponderExcluirHá muitas... eu vc, ela, ele, enfim... Somos humanos.
Já me senti assim.
Bjos... seu blog é encantador.
Se me permite... vou seguir-te.
Que texto lindo! O arrependimento dela é compreensível, bem como a delicadeza dele é encantadora! Adorei!
ResponderExcluirBeijos.
achei lindo, encantador *-* Nos arrependermos acho que é normal, e nisso deveriamos ir em frente para aprendermos com o erro.
ResponderExcluirÓtima historia, acho que contos com personagem nos fazem pensar melhor, bom na minha opiniao!
ResponderExcluir(:
*-*
ResponderExcluirSe for para se amar, que seja por inteiro. Ame os defeitos, qualidades, TUDO.
Adorei.