- Viu? - ela ironizou.
Eu soube, eu senti, meus pulsos tremeram, eu queria poder gritar com ela, queria poder estraçalhá-la, queria poder gritar com o mundo, dar um chute em uma parede e quebrar o pé, queria poder chorar até me acabar, queria largar as coisas para o alto e sair correndo. Queria ser corajosa, e não tremer quando algo quer mudar. Queria não deixar que tal coisa chegasse a esse ponto, queria que ela não fosse assim, queria que ela continuasse intacta em certa chuva de verão, queria...
Queria que a saudasse a agarrasse, e jogasse tudo e mais um pouco em seu rosto, queria poder dizer que eu não estou nem ai, que não vai importar, e que eu tenho coisas melhores pra me importar, queria...
Queria ser fria e indulgente, queria soltar a franga e não ser tão doce, queria ser má, nem que fosse uma vez na vida, eu queria jogar um televisão no chão, e achar um trevo de quatro folhas.
Queria sorrir para a lua e lhe dizer: "vou esperar seu amigo sol chegar", e em uma janela ficar até o amanhecer.
Queria correr quilômetros, e não chegar a lugar nenhum. Comprar uma passagem pra uma cidade que eu não conheço e dizer ao atendente que a minha vida é assim, sempre e sempre...
Queria fugir com alguém, e deixar a minha mãe louca, beber sem me preocupar com meus remédios idiotas ou com a minha idade adolescente.
Queria estourar meus pulmões com os maiores gritos já dados e mandar um professor se ferrar, queria dar uma estrela no meio da rua, mas eu não sei dar estrelas. Queria poder quebrar o nariz de alguém e depois dar risada como se fosse normal.
Eu apenas queria...
Mas eu não sou assim, se eu fizesse isso, não seria eu mesma, não seria a pessoa que vê a verdade, que a sente.
E chutar e quebrar coisas nada resolvem, violência de nada adianta, se ela lesse meus pensamentos agora quem sabe ela entenderia o que eu quero dizer quando eu digo que vi a verdade. Quem sabe...
Se não entendesse, então ela me repreenderia, o que me deixaria mais braba ainda, me diria que eu sou uma idiota, e que ela não precisa de mim. Eu humilhada baixaria a cabeça e sairia, com o rabo entre as pernas, mais uma vez.
Mas da próxima vez eu prometo que vou vestir minha armadura, e não deixarei que ela me abale, quem sabe os prédios tremam e ela vai saber que fui eu. Eu tentando ao acaso quebrar as paredes em um acesso continuo de raiva. Vou ao menos tentar mostrar coragem, e se não der, bom, tem sempre uma cidade pra gente fugir, e uma televisão pra gente chutar.
Tantas vezes já tive vontade de fazer tudo isso
ResponderExcluire nunca fiz :(
Essas vontades loucas acho que todos temos, em algum momento... Pra nossa felicidade, percebo - nas tuas palavras - que ficamos só nisso, de querer. O não agir, o não fazer, nesse caso, é uma boa; sinal de que não teremos consequências difieis de encarar, mais tarde, quando o motivo causador da vontade passar. Bom, ficção ou não, que tudo esteja e fique bem pra ti! Um ótimo fim de semana!
ResponderExcluirmas as vezes dá vontade de chutar o pau da barraca msm.
ResponderExcluirIrrita ser sempre tão certinha, apesar de não conseguir ser de outro jeito.
beijO*
tem selinho para ti no meu blog. ^^