Quando eu fiz três anos morava em Florianópolis, e sei que estava com tanta gripe que antes de a festa acabar tive que ir pro hospital.
Não lembro onde eu estava quando fiz quatro anos, e muito menos se teve festa.
Quando eu fiz sete anos eu estava banguela, o tema da minha festa era Barbie e quando olho as fotos descubro nelas garotas que hoje em dia eu odeio. Depois da festa eu contei os presentes e minha mãe me xingou dizendo que o importante eram as pessoas que foram me "prestigiar" e não o que elas haviam trazido.
Quando eu fiz oito anos eu já tinha um grupo de melhores amigas, mas não havia nada de muito marcante em minha vida.
Aos nove anos tudo se separava em grupinhos, e eu achava errado convidar garotos para meu aniversário, o que meus pais iriam achar?
Aos dez anos minha melhor amiga foi na minha festa com o braço quebrado, e todas as outras amigas brincaram de esconde-esconde no escuro com um walk-talk que fazia um barulho chato. Eu ganhei um CD da malhação e achei o máximo, a garota que me deu não mora nem mais no mesmo estado que eu.
Quando fiz treze anos briguei com a minha mãe por que não queria festa, nem janta e nem nada, só que não adianta, os parentes sempre vem. Antes de todo mundo chegar eu deitei na cama e dormi, quando acordei todo mundo já tinha chegado e jantado, conclusão: eu não participei da minha própria festa, tenho um trauma disso até hoje.
Aos catorze anos convidei três das minhas melhores amigas para pozarem na minha casa, foi divertido. Olhamos o filme "Espelhos do medo" e alguma comédia romântica da qual não lembro o nome. Descobrimos que o Barack Obama é um "neguinho" gente boa e rimos muito de coisas bobas e sem sentido.
Em todos esses anos milhares de coisas aconteceram, perdi amigas para o tempo, ganhei saudade para guardar. Joguei CD's fora e meus dentes cresceram.
Quebrei um pintinho engraçado e descobri que o mais interessante é o que está dentro do papel de presente. Minha mãe cortou o cabelo, e jogou as calças cós alto fora. O braço da minha "melhor" amiga sarou, e hoje em dia não sei nem direito quem ela é, não por dentro..
Ainda acho Obama gente boa, mas não conto mais presentes.
As coisas mudaram e eu mudei também, cresci e algumas vezes regredi, sonhei alto, sonhei baixo, mas ainda tenho certo trauma de aniversários.
Tenho medo de crescer, medo das responsabilidades, medo do que pode vir com a próxima festa.
Medo de ter medo, medo de sofrer e de fazer coisas erradas. Tenho medo de não conseguir fazer as coisas darem certo e de que eu tenha trinta anos e não tenha vivido tudo que eu queria.
Eu não abomino essa data, e sim no que nela acontece; eu cresço.
Eu gosto de mudanças, mas algumas vezes o que vem com elas não é o que se espera e nem o que se quer.
Mas todos temos que aguentar firme. Ninguém é Peter Pan que pode ser criança para sempre, e muito menos Wendy que pode escolher entre crescer e ficar eternamente com a mesma idade.
Aniversário de um ano, eu perto da árvore e minha mãe e meu pai à direita.
Aniversário de três anos.
Aniversário de sete anos, meu pai, eu e minha mãe.
Aniversário de nove anos, eu à esquerda embaixo, Brendha, Eduarda, Jaine, Karoline, Júlia e pessoas não identificadas.
Aniversário de dez anos, Brendha, Elisabeth, eu, Júlia, Kelli, Karoline e Gustavo.
Aniversário de quatorze anos (eu sei a foto está ridícula), Júlia, eu, Brendha e Elisabeth.
Que linda a sua história, temos que crescer driblando os medos, as inseguranças. E aprendendo sempre!
ResponderExcluirBeijooO'
Crescer é inevitável né!?!
ResponderExcluirah e continue assim crescendo e escrevendo tua história a cada aniversário e a cada momento \0/
bjss
Seu texto ficou incrivel.
ResponderExcluirNunca fui muito de festas (mais por falta de dinheiro), não tenho muitas fotos de aniversario e nunca gostei dessa atenção. Na minha única festa de verdade, nem foi tão legal assim.
Boa sorte no BK!
Bjs
aaah, crescer ninguém admite mas lá no fundo todo mundo quer .
ResponderExcluirseu blog é lindo (:
Crescer dói né? Mas, é também muito bom!
ResponderExcluirAniversários, penso, não são os mais importantes nesse processo. O que fica, pra sempre, são os momentos vividos, as experiências acumuladas, as lembranças, as saudades. É isso que vai dizer quem somos, afinal. O número de anos? Deixa que o infinito se encarrega de contar... ^^
PS.: Adorei tua retrospectiva!! Boa sorte no Blorkutando!
Fiquei com vontade de fazer o mesmo... Registrar cada momento, mas sei que no final vou me assustar, tanta coisa mudou, passou, acabou...
ResponderExcluirQue nostalgia! Meu aniversário é este mês e isso me deixar mais nostalgica ainda.
ResponderExcluircara eu amei, amei as fotos de antigamente, eu amei tudo, eu entendi o que você sentiu.
ResponderExcluirCrescer é difícil né, tanta coisa pra enfrentar... Muito bom seu texto, adorei!
ResponderExcluirBoa sorte no blorkutando.